Mark Hamill esclarece polémica sobre “Star Wars: Os Últimos Jedi” e comenta retorno de ator original de Jabba

Reflexões sobre a personagem de Luke Skywalker

Mark Hamill, conhecido mundialmente como o icónico Luke Skywalker da saga Star Wars, voltou a comentar sobre a sua participação no controverso episódio “Os Últimos Jedi”, lançado em 2017 e realizado por Rian Johnson. O ator, que interpretou Skywalker desde Uma Nova Esperança (1977), havia manifestado publicamente o seu desagrado em relação à direção que o realizador deu ao seu personagem, retratado como um eremita em exílio autoimposto.

Durante a promoção do filme, Hamill chegou a afirmar que “Jedis não desistem”, criticando a decisão de mostrar Luke como um homem isolado após a queda do seu sobrinho Ben Solo, também conhecido como Kylo Ren. Na altura, expressou que, mesmo perante um erro, Skywalker tentaria remediá-lo, ao invés de se afastar do mundo. Reconheceu, no entanto, que já não era a sua história: “É a história de outra pessoa, e o Rian precisava que eu fosse de determinada forma para que o desfecho funcionasse”.

Revisão da sua posição sobre o filme

Agora, Hamill voltou atrás nas suas declarações e admitiu que talvez devesse ter guardado para si essas críticas. Em entrevista ao podcast Bullseye with Jesse Thorn, destacou: “Gostaria de esclarecer isto – Rian Johnson é um dos realizadores mais talentosos com quem já trabalhei”. Acrescentou ainda que a sua insatisfação com a motivação de Luke no filme pode ter influenciado negativamente a receção do público: “O facto de ter falado publicamente sobre isso talvez tenha distorcido a perceção do filme. Provavelmente devia ter mantido isso para mim”.

Hoje, Hamill considera “Os Últimos Jedi” um “ótimo filme” e encara a versão de Luke nesse episódio como “uma personagem diferente”, sublinhando a sua aceitação de que cada realizador pode ter uma visão distinta sobre as figuras da saga.

O regresso de Declan Mulholland ao universo de Star Wars

Enquanto Hamill revê a sua opinião sobre Os Últimos Jedi, outra figura ligada às origens da saga também regressa ao centro das atenções: Declan Mulholland, o ator que originalmente interpretou Jabba the Hutt em Uma Nova Esperança. Embora a sua cena tenha sido cortada do lançamento original de 1977, ela foi restaurada mais tarde com efeitos CGI que substituíram completamente a sua imagem pela versão alienígena do personagem – agora amplamente reconhecida como um boneco animatrónico gigante.

Curiosamente, George Lucas revelou que Mulholland nunca teve a intenção de ser a versão definitiva de Jabba. A sua imagem deveria ter sido substituída por um efeito visual que, na altura, acabou por ser descartado. Com o tempo, a atuação de Mulholland foi praticamente apagada da história oficial da saga.

Reinserção no cânone através dos quadrinhos

Em 2021, no entanto, a Marvel Comics trouxe de volta o ator à narrativa oficial no número 16 da série Star Wars. Na história, escrita por Charles Soule e ilustrada por Ramon Rosanas, uma aliança de sindicatos criminosos acaba envolvida num conflito com o Império, manipulado pela personagem Lady Qi’ra.

Uma das naves em destaque é comandada por uma figura notavelmente familiar: um personagem cuja aparência é claramente inspirada em Mulholland. Embora não seja o próprio Jabba, esta figura remete diretamente ao visual original criado para o gangster intergaláctico. Infelizmente, o personagem acaba por ser destruído ao enfrentar as forças imperiais, encerrando de forma trágica, mas simbólica, o breve retorno do ator ao universo de Star Wars.

Um gesto de reconciliação com o passado

Tanto as declarações recentes de Mark Hamill como a reintegração de Declan Mulholland demonstram uma certa reconciliação com capítulos controversos da saga. Ao reconhecer os méritos criativos de Os Últimos Jedi e ao homenagear figuras esquecidas da produção original, a franquia parece dar novos passos para integrar diferentes visões sob o mesmo legado galáctico.